21 de setembro de 2025

Coloquei a capa de chuva e fui comprar batata

Sábado, 20h24. É feriado, já é noite e chove. Antes eu ouvia o projeto paralelo do cantor da banda Ploho (Нарастающий азарт no repeat) mas agora toca Wander Wildner de fundo porque deixei rolando a live do acústico: bandas gaúchas. Wander acabou de mencionar o irmão da senhorinha que era cliente assídua no falecido café mas não prestei atenção no contexto, parceiro de alguma coisa. Saudades dona Vera, uma querida cheia de histórias. Já chorei ouvindo Wander Wildner mas isso ninguém precisa saber. 

Tenho várias guias abertas no navegador, como sempre. Começa com uma pesquisa de pilão, um PDF aberto de livro de 1500 e bolinha que baixei porque ouvi falar (The merits of women), um link da amazon de hidratante, receita de sopa no youtube, vááárias abas com opções de cabeceira para a cama porque me falta, a live acima mencionada e essa tela em branco em que escrevo.

A receita de sopa escolhida é de batata e alho-poró. Mais cedo passei no mercado e comprei as batatas e também uma linguiça pra fazer no forno e acompanhar, parece fazer sentido (e eu estava com vontade). Mais ou menos tem todo o resto necessário em casa para seguir o tutorial. Mutei a live enquanto a Rodaika fala e vou tentar fazer a janta.

Te fiz um rock, Melissa. Minha vó é de Bagé. Cortando batatas.

Domingo, 00h09. Fiz a sopa, assei no forno a linguiça e tomei uma taça de chopp IPA. Gostei da sopa, deveria ter colocado só um pouco mais de sal, mas ainda bem que não fiz isso porque quando fui provar a carne senti na hora o erro que cometi: comprei a versão picante. Picâncias não fazem parte do meu paladar. Aí comi pouco dela, preciso pensar em como diluir o sabor em algum outro prato. Mas é pensamento para amanhã. Não passei de uma taça de cerveja. Queria ter levado um vinho branco para casa mas a IPA estava mais barata, fazer o quê.

Estou de pijama e debaixo das cobertas. Amanhã preciso fazer qualquer coisa no atelier, não pode ficar parado pegando poeira. O dia já acabou e com ele o limite de palav-

14 de setembro de 2025

O final de semana vem e logo vai

Meu fone de ouvido/headset é um JBL barato que já contabiliza vários verões. A pelezinha do acolchoado já descascou por inteira e agora tá só o bagaço abraçando minhas orelhas, fora isso tudo ótimo, bateria dura a perder de vista.

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Eu vi assombração.

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Sexta-feira à noite era comemoração de aniversário da minha colega de trabalho. Coisa simples, só de achar um canto para se escorar e beber algo. Coloquei um vestido de malha que fiz logo no início da pandemia (voltou a me servir bem, dei uma emagrecida). Curtíssimo, mas nem poderia ser diferente, o tecido era retalho de uma fábrica que fechou e não sobrou um fiapo extra para contar história. Fazia frio, usei uma gola alta por baixo do vestido, meia-calça preta. Também uma camisa verde escuro por cima disso e um blazer ganhado faz anos mas que até então nunca tinha usado. Nos pés um Adidas azul, na cabeça o cabelo preso no alto. Comi um pastel às 3h30 da manhã e no mesmo dia acordei às 6h30 para trabalhar.

Trabalhei. Meio-dia do sábado eu já estava casa, almocei e logo saí novamente, nem descansei. Vi Jeanne Dielman, 23, Quai du Commerce, 1080 Bruxelles pela segunda vez esse ano, dessa vez no cinema. Lá em abril eu abri o site do Sesc Digital às 23h, desliguei as luzes e não pisquei até o último minuto dos 202 que possui. Fechei o notebook mas não parei de pensar por dias no que eu tinha acabado de assistir. Fiz paralelos pessoais demais para explanar aqui, nunca escrevi a respeito e metade deles já esqueci. No telão a experiência coletiva foi diferente. Talvez fosse o sono da noite mal dormida. As luzes de emergência guiando a saída nas laterais do prédio antigo, a luzinha de segurança debaixo dos degraus indicando o caminho, o celular da pessoa desgraçada na minha frente que insistia em olhar a hora (15h52, 17h24, 17h28). Daqui uns anos revejo.

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Música de IA deveria ser crime.

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Segunda vez só nesse ano que a película de vidro do meu celular quebra. Rachou bem em cima da câmera, tá ficando estranho. Já não é das melhores, ficou pior ainda. Preciso trocar, mas que saco.

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O almoço de domingo ficou por minha conta. Fiz um macarrão caprichado, coloquei a mesa bem bonita, servi suco de uva. Agora, já noite, fiz um monte de legumes salteados. Preciso comprar mais manteiga, tomates cereja, brócolis. Também coloquei post-its no espelho que me reflete agora no quarto "comprar calcinhas, meias", "comprar base, hidratante", "comprar cabides". Sugestões para evaporar dinheiro.

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Nunca tinha visto laranja que fosse vermelha assim.

1 de setembro de 2025

Loving is easy


Sábado, dia 30, foi comemoração do casamento da minha amiga de quase toda vida. Dois terços, para ser mais ou menos exata. Festa em bar, sinuca, karaokê, um bolo bonito azul escuro de brigadeiro de chocolate branco com frutas vermelhas e o escrito loving is easy bem discreto, representação perfeita do casal. Gin tônica, cerveja, pizza marguerita. Encaçapei várias bolas, pulei a cantoria. D & F são lindos demais e desejo toda a felicidade do mundo. <3