16 de agosto de 2025
Bairro
Tá vendo essa casinha de cachorro? É comunitária. É o que diz na própria casinha, pelo menos. Vez ou outra vejo alguém indo de pijama fazer carinho no bichinho. Eu atravesso a rua, sempre rosnam pra mim, sei lá porquê, fui mordida duas vezes na infância, aí pega trauma. Já morei nesse condomínio, feio por fora mas confortável, chato era o casal de moradores aqui da frente, não sei se ainda estão aí. Naquele outro condomínio lá, que vira a esquina, também morei, mas ali sozinha. Durou pouco, mudei pra outro, segui só. No primeiro ano de pandemia morei nessa casa, baita pátio, as cachorras amavam o pé de manga e eu pintei meu cabelo de rosa, ninguém viu. Nesse banco eu tive meu primeiro encontro quando era bem novinha, vi que casou faz pouco. Eu costumava vir nesse casarão quando era pequena, uns anos atrás pegou fogo e agora está vazio. Pronto, chegamos.
10 de agosto de 2025
Dia dos pais
Dia lindo, sol, frio. Dia dos pais. Hoje foi churrasco na casa do meu tio, estava eu, meu pai, o tio por óbvio, minha tia. A filha deles, minha prima, foi de mala e cuia pra Portugal faz alguns anos já. Arrumei esses dias um casaco que era dela, passou para minha mãe, passou para mim. Quando fui dispor as taças na mesa, que logo mais seriam preenchidas com Brahma chopp, lembrei de outra cena da vida e fiquei triste. O pudim de sobremesa, que meu tio repetidas vezes disse ser o melhor do mundo (pude comprovar, realmente é), ajudou a dissipar essa sensação. Por fim, histórias. De fazendeiro trocando criança na maternidade porque queria homem e não mulher. Histórias de bem-te-vi, quero-quero e guaiaca, cortar aipim. Essas coisas. Levei metade do pudim para casa.




5 de agosto de 2025
A versão organizada do atelier



Se essa é a versão organizada então imagine só como estava antes. Bom, pra início de conversa o antes nem estava nesse móvel mas em duas estantes de metal que ocupavam espaço demais. Tudo pegando poeira e pelo de gato, um caos. Aproveitei e joguei muita coisa fora e separei também para doar. Vi peça que nem lembrava e numa tarde arrumei três delas. Milagres acontecem, vejam só. Mas o vestido vermelho de março deixei no ostracismo mesmo, perdi a vontade daquilo e como me comprometi publicamente venho da mesma forma dizer isso.
Adoro esse armário. Foi luta de um mês inteiro negociando no Olx, eu queria comprar e o vendedor se fazendo, dificultando entrega, ora essa. Comprei para ser de cozinha num apartamento que já é passado mas com a ideia da possível multifunção dele. E se for guarda-roupa? E livreiro, hein? Agora é parte do atelier. Sabe-se lá como vai ser a vida futura do armário (e minha).
* * *
Adoro esse armário. Foi luta de um mês inteiro negociando no Olx, eu queria comprar e o vendedor se fazendo, dificultando entrega, ora essa. Comprei para ser de cozinha num apartamento que já é passado mas com a ideia da possível multifunção dele. E se for guarda-roupa? E livreiro, hein? Agora é parte do atelier. Sabe-se lá como vai ser a vida futura do armário (e minha).
* * *
Comprei o domínio mais barato por mais tempo. marrrina.space é feio? Sei lá. Brega é, com certeza. Os chiques eram caros e com certeza eu não renovaria. Não vou ganhar um tostão disso aqui então Por Mim !! Eu queria algo que fosse meu, que fossem três R, e tenho essa pira de que o Google qualquer dia desses vai mandar o blogger.com pro beleléu. Mas é só ideia mesmo, ninguém ameaçou. Ainda. A internet é assim mesmo, qualquer coisa a gente junta as trouxas e vai pra outro barraco (mas tenho apego nesse).
* * *
Já que tô nessa de meta-post aqui, vou subir num banquinho no meu próprio quarto e anunciar para o espelho que acho que vou postar Fotos Feias™ por aqui. Não de mim, e não fotos FOTOS. Umas fotos de fruta no mercado, alguma coisa engraçadinha que olhei e pensei "que engraçadinho" e mirei o celular. Coisa besta mesmo. Caco no chão. Uns fios de poste. No início da pandemia eu (igual milhões) fiquei desgraçada das ideias, me alienei das notícias e me ausentei de redes sociais, só usava os grupos de animal crossing. Fiz um instagram lado B e adicionei meia dúzia de pessoas (mãe, irmã, etc) pra postar essas fotos feias como prova de que sim, estou viva. Depois melhorei e segui postando as feiuras captadas pelo meu olhar. Risos. Tô desgraçada das ideias de novo e sem redes sociais, fica aí a ameaça.